tag:blogger.com,1999:blog-48668703299362402952024-03-19T06:06:28.791-07:00E Se Eu Voar Esta Noite ?Se eu voar esta noite fujo deste lugar. Posso deambular por entre as palavras, sem medo, sem fronteiras e encontrar novos mundos. Se eu voar esta noite talvez me encontre... ou talvez não. Se eu voar esta noite estarei entre os mortos, os vivos, os ricos, os pobres, os amantes e os improváveis. Se eu voar esta noite tenho uma história para te contar !RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-15183923968780107572010-04-25T11:39:00.000-07:002010-04-25T11:42:27.727-07:00Fico por aqui<div align="justify">Deixa-me ficar por aqui.<br />Sinto-me cansado e sombrio.<br />Estou de luto e de luto ficarei até o regresso das palavras que me abandonaram.<br />Deixa-me ficar por aqui porque eu sei que aqui estou bem.<br />Não te quero ouvir falar do pecado, do amor, da alma.<br />Não te quero sentir nem esquecer<br />Mas também não te quero perdoar.<br />Não me quero curvar perante a alegria recolhida em teu peito.<br />E sugar toda essa tua vontade louca de viver.<br />Não quero.<br /><br />Deixa-me ficar por aqui porque hoje não quero estar noutro lugar.<br />Quero acorrentar-me a esta tempestade e aguardar que ela passe por mim.<br />Que percorra o meu corpo e rebente em minhas veias.<br />Quero que tu saibas aquilo que eu quero e que a mais nada sou obrigado.<br />Deixa-me ficar aqui para encontrar uma luz.<br />Não pretendo a salvação. Não quero ser absolvido.<br />Não quero o passado e receio o futuro.<br />Apenas quero estar no presente.<br /><br />Desculpa<br />mas hoje fico por aqui.</div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-33275466943221348102010-04-20T10:53:00.000-07:002010-04-20T10:54:25.396-07:00Nunca MaisQuando eu te disser em segredo<br />Que o meu amor é um brinquedo<br />Não leves tanto a peito<br />Porque ás vezes um grande amor<br />É pior quando encontra a dor<br />E deixa o coração desfeito.<br /><br />Quando eu te disser para sempre<br />Tenta ficar indiferente<br />Porque existe sempre um fim<br />Para quê te digo então<br />Se comigo ficará só a solidão<br />E uma lembrança de ti.<br /><br />Por agora eu quero<br />Os silêncios que me dás<br />As tuas mãos que me entrelaçam<br />Nestes espaços intemporais.<br />Se desespero eu não quero<br />Não quero que te vás<br />Mas há palavras que nos arrasam<br />Como dizeres: nunca mais<br /><br />Quando entretanto o mar se agitar<br />E o sol não quiser doirar<br />E cada um seguir o seu caminho<br />Não te arrastes nessa tempestade<br />Deixa-me andar por esta cidade<br />Que eu ficarei bem sozinhoRFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-56407525802098529532010-04-15T06:36:00.000-07:002010-04-15T06:38:08.051-07:00agarra-me<div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me ao teu corpo mas não agarres as minhas mãos. </div><div align="justify">elas querem tocar-te, querem sentir-te. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me ao teu corpo mas nao agarres as palavras porque todas as palavras são mentira. </div><div align="justify">só tu, meu grande amor és real. tu e esses teus olhos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me para que eu seja uma música do Ennio na tua pele macia. </div><div align="justify">lembras-te do Cinema Paraiso? </div><div align="justify">sim, eu sei... essas histórias de amor já não existem mas vale a pena tentar encontrá-las por ai. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me e liberta-te da minha vida enquanto a vida ainda é tua </div><div align="justify">porque depois pode ser tarde demais </div><div align="justify">depois podemos já não existir. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me para que eu não fique desfeito em pó. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me para que possamos agarrar o amanhecer e sentir o calor a escorregar por entre os dedos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">agarra-me e não me deixes cair.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> agarra-me, não me soltes.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> agarra-me... </div><div align="justify"><br />agarra-me para que eu não desista</div><div align="justify">nunca </div><br />RFRFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-5925441860927662612010-04-15T06:29:00.000-07:002010-04-15T06:31:31.113-07:00Terra de ninguémTu és terra de ninguém.<br />Não és mar, não és deserto.<br />És um corpo em movimento, desalinhado, á procura de carinho.<br />Quando foges andas por ai á procura de qualquer coisa.<br />Qualquer coisa que preencha essa tua terra.<br /><br />Dos meus braços fazes a tua casa, do meu corpo um caminho sereno, da minha boca uma fonte de água, dos meus cabelos um sol e uma lua.<br />E então descobres que não fomos feitos para ficarmos sós.<br />Nós não estamos sós.<br /><br />Descobres que, contra tudo aquilo que previas, não são os outros que têm que mudar e sentes, pela primeira vez, o coração frio.<br />De repente, procuras a sinfonia perfeita para a palidez de uma vida e, dás-te conta, que não existem pautas para ler e que a melodia torna-se desconcertante.<br />É tudo improvisado.<br /><br />Tu és terra de ninguém porque não queres que ninguém te pertença.<br />É legitimo mas não deixa de ser vago.<br /><br />Só te peço que nunca me traias.<br />Não estou a falar da traição indigna dos amantes.<br />Falo-te na pior traição de um ser humano.<br />A mentira.<br /><br />Mesmo quando se é terra de ninguém.<br /><br />RFRFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-17101081912422326772010-04-14T11:47:00.000-07:002010-04-14T11:58:25.532-07:00Amo-te<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ilvOywfl1G4nuqwHWq5uv1ZguOhSgUPITjH5m-p1_phdL7ldxNFJXdeytmlgLpVSUfbj0o_WIZk2ijn8q25JaOXLrUpJt9p8yYpjpG-uYxgwToGkFOkg4kEgx6Z_O8pLz3FFgNWqwk_p/s1600/av%C3%B3.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 279px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5460069393763882258" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ilvOywfl1G4nuqwHWq5uv1ZguOhSgUPITjH5m-p1_phdL7ldxNFJXdeytmlgLpVSUfbj0o_WIZk2ijn8q25JaOXLrUpJt9p8yYpjpG-uYxgwToGkFOkg4kEgx6Z_O8pLz3FFgNWqwk_p/s320/av%C3%B3.jpg" /></a><br /><div>Amo-te com a minha própria vida.</div><br /><div>A ferro e fogo como ninguém.</div><br /><div>Amo-te como se arde por dentro</div><br /><div>Como a ferida mais profunda que magoa.</div><br /><div></div><br /><div>Amo-te uma, cem, mil vezes</div><br /><div>E se morrer amo-te de novo.</div><br /><div></div><br /><div>Amo-te demasiado.</div><br /><div>A tempo inteiro como nunca amei ninguém.</div><br /><div></div><br /><div>Como uma ave que regressa ao ninho.</div><br /><div>Eu regresso sempre a ti.</div><br /><div>Aos teus braços que me amarram a este cais de solidão.</div><br /><div></div><br /><div>Amo-te com a minha força para continuar</div><br /><div>Amo-te com a minha garganta que se desdobra na minha voz.</div><br /><div>Amo-te tanto.</div><br /><div></div><br /><div>Amo-te demais.</div><br /><div></div><br /><div>E ainda assim,</div><br /><div>acho que te amo tão pouco.</div><br /><div></div><br /><div></div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-6657108917226281112010-04-06T08:34:00.000-07:002010-04-06T09:29:03.209-07:00De MimVou falar te de mim porque sim, porque quero.<br /><br />Porque quando não desespero não me tenho por certo.<br /><br />Porque falo e sou a voz em mim<br />Sou como um sentimento<br />Que como outro qualquer sentimento tem fim.<br /><br />Porque me quero tanto como se quer o bem<br />E quando me tenho bem quero-me bem mal<br />Quem sou eu afinal?<br /><br />Aquele que quando cala tudo diz,<br />Por vezes descontente,<br />Muitas vezes infeliz<br />Mas sempre, sempre<br />Saciado.RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-78098821311756156842010-01-31T06:19:00.000-08:002010-01-31T06:23:46.444-08:00Saudade<div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não sei ao certo como começar esta carta mas sinto que é necessário escrever-te.<br /><br />Ainda não aceito a tua fuga á vida mas até consigo compreender.<br />Muitas vezes disseste-me: "Quem me dera já não estar aqui. Apetece-me morrer." Também tu, ao longo dos teus 75 anos, foste perdendo as pessoas que amavas e que querias ter por perto e, no fim, já nada te prendia aqui, a este mundo onde deste tanto de ti e do teu trabalho. Compreendo essa evasão porque sinto agora a tua dor e todos os dias penso: se alguém pudesse tocar na dor que tenho cá dentro saberia aquilo que estou a sofrer calado e saberia do meu desejo de estar noutro lugar. Bem perto de ti.<br /><br />Meu Deus, como eu te amo. Juro por tudo que, se eu pudesse trocar o meu lugar contigo não hesitaria um segundo.<br /><br />Tu foste a única pessoa que sabia que eu te amava incondicionalmente. Muito para além das barreiras da doença e da tristeza. Foste a única pessoa a qual eu podia dizer gosto de ti, amo-te... Não sou muito de falar estas palavras (escrevo-as melhor) mas a tua doença, e o medo que tinha que te esquecesses, fazia com que eu te lembrasse, todas as poucas vezes que ultimamente estava contigo, que o meu sentimento era recíproco .<br /><br />Estive a morar contigo meses antes da tua partida mas por pouco tempo porque não consegui aguentar aquilo em que tu te tornaste. Eu não podia conceber que aquela mulher que me criou, que esteve sempre comigo nos momentos mais importantes da minha vida, eras tu. Eu agora para ti era um estranho. E a verdade, é que para mim, também eras uma estranha. Tentei debater-me comigo, a tentar agarrar-me á ideia de que poderia não ter outra oportunidade de estar tanto tempo contigo, mas não fui capaz. Depois disso, deixei de te ir ver tantas vezes quanto desejava embora toda a gente dissesse o contrário , que tinha que ir ter contigo, estar mais contigo... mas não. Não era para mim. Não podia.<br />E passo a explicar-te porquê.<br /><br />Eu tenho o dom de conseguir destruir tudo aquilo que eu amo.<br />Á minha volta tenho um mundo e não me apetece vivê-lo. Muito menos agora. Eu destruo as minhas convicções e corrompo as convicções que os outros depositam em mim e até neles próprios. Eu escrevo isto com a plena consciência de que eu já me aceitei como sou. Só ainda não sei se tudo isto me torna uma má pessoa mas creio que sim. Eu destruo a capacidade que tenho para amar assim... num ápice. E contigo não foi excepção.<br /><br />Sim, deveria ter estado contigo sempre.<br /><br />Sim, deveria morrer contigo a teu lado porque a saudade é difícil de suportar.<br /><br />Mais uma vez não sou capaz. Todas as noites adormeço e acordo de repente a pensar em ti e na minha cabeça recordo a tua imagem. Vivo o dia a dia a pensar que te posso ir ver e á noite enfrento a dura realidade de que já não te vou ver mais. Isto não é uma vida que se queira levar. Tenho muitas saudades tuas e não as quero para nada.<br /><br />Do fundo do meu coração espero que não demore muito tempo a chegar o caminho que me levará até ti.<br /><br />Até lá estarás comigo.<br />Amo-te.</div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-73811760255976594442010-01-12T10:45:00.000-08:002010-01-12T10:46:31.139-08:00A Sós No MundoPrimeiro ficámos sós.<br />Eu e tu.<br /><br />Rompemos o nosso silêncio como quem invade<br />O território que não nos é devido.<br /><br />Ficámos sós no mundo e o mundo deixou-nos sedentos de solidão.<br />Essa solidão que te falo é aquela em que mereço ser Homem.<br />É aquela que tanto procuro e que não a encontro<br />Porque tu não estás lá.<br /><br />Lentamente, afogo as recordações.<br /><br />Aos poucos deixo-me ir na corrente<br />E procuro-te nos escombros.<br /><br />Ando á procura da tua pele, da tua boca<br />Do teu incoerente sorriso.<br /><br />A maré onde é invocado o teu nome vezes sem conta<br />Vai de encontro ao muro que rodeia o meu coração.<br />Imprevisivel.<br />Do nada.<br /><br />Não sei o que me queres.<br />Mas eu sei que te quero.<br /><br />Agora já não estamos sós.<br />Nem sei sequer se estamos no mundo.<br />Mas enquanto existir em mim a coragem de te merecer<br />Terei sempre a vontade de te apertar nos meus braços<br />E dizer-te:<br /><br />Esta é a minha alma.<br /><br />Leva-a contigo.RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-59352836665388046942010-01-12T10:32:00.000-08:002010-01-12T10:33:41.677-08:00Indiscutivelmente MeuOntem revi umas videocassetes tuas. Pensava que já não as tinha. Pela primeira vez, em muitos anos, ouvi de novo a tua voz que estava a esquecer com o tempo. O tempo, esse inimigo das memórias. Confirmei a certeza do amor eterno que sinto por ti e esta tristeza que me consome por não estares perto de mim. Mas que hei-de eu fazer? Apenas entregar-me ás imagens desses vídeos quando a saudade apertar. Todos os dias penso em ti e todas as noites espero que invadas os meus sonhos, que marques a tua presença e me digas que sempre estiveste em mim porque eu sou teu filho e mereço muito mais. Somos inabaláveis no que diz respeito á questão dolorosa que é o amor. Libertei-te de mim para que possas voar livre e, nos entretantos da vida, fomos ficando mais sós. A solidão, ás vezes, é difícil de suportar não por estares longe mas por nunca mais estares. É esta a linha ténue da felicidade humana. Amo-te infinitamente porque és metade daquilo que eu sou e muito mais. Por vezes, ainda te sinto presente e penso: Este também sou eu. E assim tu sobrevives em mim.<br /><br />É longa e dura esta luta para te alcançar mas chego a ti todos os dias. Todos os dias penso em ti e todos os dias vivo por ti. Sempre. E quanto mais me conheço mais me sinto teu filho. Por isso tenho direito inegável sobre o teu ser. Por isso digo que és meu. Indiscutivelmente meu. E, para mim, isso basta.<br /><br /><br /><em>Dedicado ao meu pai.</em>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-41351497007183028762010-01-12T10:28:00.000-08:002010-01-12T10:30:21.482-08:00A Coragem Dos FracosGostava de repartir contigo esta dor que sinto cá dentro. Esta dor que não mata mas que se sente. Gostava que soubesses deste vácuo, deste vazio, desta montanha de solidão. Se eu te pudesse mostrar saberias dar-me a mão e amar-me. Saberias que somos muito mais do que que aquilo que julgamos quando o amor nos consome a vida.<br /><br />A dor é universal, assim como é o amor. Juraremos em sangue os nossos anseios e vamos tentar ter a certeza de que esta dor vai acabar porque eu não quero viver assim. E, sobretudo, porque tenho acerteza de que não é assim que quero morrer.<br /><br />Tu estás em toda a parte e em toda a parte te encontro e é por isso, somente, que quero partilhar estas mágoas.As lágrimas são secas e impuras, livres de qualquer culpa vã. Eu sou eu, mais ninguém e tudo está ao meu alcance. Incansávelmente. Partilhar contigo a mesma pele, a mesma boca,a mesma saliva. Cruzar os meus olhos nos teus, entrar em ti, escorrer em ti como água.E tu, roubares os meus sonhos, embalares-me nos teus braços, e chamares o meu nome, baixinho... baixinho.<br /><br />A música da vida é triste mas eu gosto. Arrepio-me.A beleza é tamanha e mal consigo respirar. É então que a nostalgia me invade e me diz para ser triste. Que de triste não vou passar. E ponho em dúvida se realmente alguma vez existi ou se fui invisivel. Talvez seja transparente, não sei...<br /><br />Gostava de repartir contigo esta dor que sinto cá dentro. Bem no centro do coração. Gostava que pudesses senti-la tanto quanto eu porque não quero estar sozinho nesta viagem. Não quero amanhecer nesta corrida contra o tempo e saber amanha que já estou velho. Que faria eu se o fosse? Talvez o único caminho para a redenção seja a morte. Ás vezes penso, ás vezes falto, ás vezes falho. A coragem dos fracos. A fraqueza.<br /><br />Quero repartir contigo esta dor.RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-20393134557438129002009-09-06T12:18:00.000-07:002009-09-06T12:28:58.898-07:00AgoraEu sei que nada mais nos separa depois do dilúvio que nos consumou.<br />Conseguimos sobreviver a esta etapa feita de tantas coisas e de coisa nenhuma.<br />Fomos nós que bebemos todas as nossas mágoas.<br />Todas as lágrimas.<br />Sugámos todas as dúvidas que entretanto se tranformaram em certezas.<br />E das cinzas renasceu a Fénix.<br /><br />O que nos resta agora?<br /><br />... o que nos resta agora ...<br /><br />... o olhar.<br /><br /><br />RFRFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-69513887160825330672009-06-22T12:03:00.000-07:002009-06-22T12:33:52.755-07:00Sede de ti<div align="justify">Tenho sede de ti.</div><div align="justify">Quando as horas passam e não te vejo por perto.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Quando a noite calma me arrasta para o silêncio.</div><div align="justify">Tenho sede de ti.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tenho sede de ti porque este amor arrebata-me por dentro e deixa o meu espirito como que a estremecer quando os meus pensamentos percorrem as tuas partes mais intimas, mais fogosas. Quero-te com tanta intensidade que sinto medo de mim mesmo. E quando este medo se torna trágicamente obsessivo, deito-me debaixo da chuva fria para atenuar as minhas directrizes que vão dar até ti. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tenho sede de ti porque quero explorar cada desejo teu e entrar em ti, estar em ti, correr por ti. Mesmo quando não estás quero estar onde tu estás. Mesmo quando não te vejo quero ver com os teus olhos. </div><div align="justify">Isto parece-me indecente, sem escrúpulos. Mas não é assim o amor? </div><div align="justify">Claro que é assim. O amor e todas as suas sub-divisões: o desejo, a saudade, a felicidade, o ciúme... ah, o ciúme. Deixas-me louco. Completamente louco. Já não como, não durmo, não sinto. E um homem para viver precisa de sentir. Pelo menos, sentir-se vivo. E eu, meu ciúme, estou morto.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tenho sede de ti porque procuro-te e não te encontro. Pareces invisivel (ou serei eu que estou invisivel?). Não sei de ti e quero saciar a minha sede. Já percorri todas as ruas, todas as avenidas, todas as praças e nada. Procuro por ti todos os segundos, todos os minutos, todas as horas, todos os dias, todos os anos e nada. Nada. Nada. Que farei agora? Deixarei, talvez, erguer diante dos meus olhos este ódio que começo a achar em mim e talvez te consiga dizer não. Não. Não. Coração. Não.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não sou capaz. </div><div align="justify">Não sou capaz de te odiar. </div><div align="justify">Sou apenas uma pobre alma que ama e quer ser amado. </div><div align="justify">Sou incapaz de te magoar por mais vezes que queira. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tenho sede de ti mas tudo o que me resta é um deserto.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-86949585586295282932009-06-02T10:34:00.000-07:002009-06-02T11:00:52.593-07:00A "vangabunda" ou o texto mais parvo que já escreviConheço uma "vagabunda".<br />Mas não é uma "vagabunda" qualquer.<br />É uma "vagabunda pecadora".<br />Esta minha "vagabunda" tem um quê de bairrista, um pouco de parvoice e um toque q.b. de aluada. No outro dia caiu no meio da rua, rasgando as meias pelo joelho, vejam bem...<br />A minha "vagabunda" tenta trabalhar mas só fala. Parece um gramofone. Ainda como se não bastasse fala alto, quase que berra, tentando impôr uma ideia que já outros tiveram anteriormente.<br />Não.<br />Não é loira.<br />É do mais moreno que há.<br />A minha "vagabunda" consome tempo a tentar vender produtos cosméticos como se fossem elixires da eterna juventude quando, na realidade, são feitos num quintal qualquer perto da barraca onde mora.<br />A "vagabunda" que vos falo está sempre numa dieta onde ninguém consegue ver resultados. Pudera! Sentada oito horas, a comer bolachas "Pingo Doce" com chocolate de leite, não há que fazer dieta. Não se pode.<br />De vez em quando, quando o Sol lá fora brilha em todo o seu esplendor, esta "vagabunda" come uns bagos de uva. Fruta. Frutinha da boa que faz bem à saúde.<br /><br />Faz-me rir esta serigaita.<br /><br />Na verdade, esta "vagabunda", é "vagabunda" mas eu até gosto dela.<br />É "vagabunda" só para quem a pode chamar tal nome.<br />Para os amigos.<br />Ela é alegre, viva, extasiante.<br />Bem disposta.<br />Faz-me vontade de querer rir de novo à gargalhada como à muito não o fazia.<br />Por isto e por muito mais:<br />3 vivas à "vagabunda" entre aspas.<br /><br />Viva!<br />Viva!<br />Viva!<br /><br /><em>Para a N.</em>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-44932896762425260212009-06-01T15:56:00.000-07:002009-06-01T17:02:51.637-07:00Ao ver-te ali, deitada...<div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ao ver-te ali, deitada, naquela pedra de granito branca como a palidez mórbida do teu rosto, o meu corpo estremeceu ao pensar em tudo aquilo que te poderia ter dito e que, nos entretantos, calei em mim. Tu tiveste, mais do que qualquer outra mulher, o poder de encher de vida o sangue que corria nas minhas veias. </div><div align="justify">O sangue que corria só por correr. </div><div align="justify">Transformaste-me de uma maneira tal, que nem tu própria acreditas-te. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Eu mudei. </div><div align="justify">Tu mudas-te. </div><div align="justify">E o amor permaneceu. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ao ver-te ali, deitada, serena, nesse leito onde repousas, eu tenho a certeza que fui o único homem que te roubou do dia, da noite. Da Lua, do Sol. Do Céu, do Inferno. Num acto egoista tu foste a minha carne, a minha pele, as minhas mãos, os meus olhos. Através de ti alcancei o inatingivel. Fui superior ao deus do meu próprio ego e orquestrei cada momento passado perto de ti. Fui as tuas palavras enquanto aprisionei as minhas. Fui a tua cama e de ti fiz o meu porto de abrigo. Quando me senti um ser menor, tornaste-me gigante e quando fui gigante tu fizeste-me ver que me querias mesmo sendo um grão de areia.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ao ver-te ali, deitada, onde te quero deixar ficar para sempre, sei que já não serás mais a minha carne, a minha pele, as minhas mãos, os meus olhos. Sei que vou andar gasto e perdido. Sei que vou ser eu outra vez. E isso é o que mais me magoa. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas vou tentar não ter medo de enfrentar este mundo louco. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ainda serei aquele que continuará a ter permissão para te auscultar no vento quando ele passar por mim, leve e solto. Vou sentir que serei ainda o teu deus para saciar o meu ego. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Continuarás em mim. </div><div align="justify">Pura. </div><div align="justify">Cristalina. </div><div align="justify">Sei que te vivi até ao último sopro de vida e, no entanto, tu continuas a ser vida em mim.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Por enquanto, meu grande amor, só te posso dizer: </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Até já.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em>Dedicado à R.</em></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-43266473548929855222009-05-26T11:42:00.000-07:002009-06-01T16:54:49.357-07:00Fado<div align="justify">Tive um coração. Perdi-o. No tempo. Nos anos. Na vida. Tive um coração e com ele sabia o que era o amor. O amor que não se encontra nas brumas da escuridão. Aquele tipo de amor ao qual nos entregamos sem medo de perder a dignidade que nos resta. Esse tipo de amor que tu me deste e que tão longe o foste encerrar. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Se ainda estivesses em mim saberias onde se situava o meu coração. Umas vezes no peito, outras vezes na boca. Saberias com toda a certeza porque poderia dizer-te: amo-te, até que me mandasses calar. Até que os teus lábios se enlaçassem nos meus.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Que destino ou maldição me persegue? </div><div align="justify">Não sei. Sei que o corpo todo me doi. Sinto-me triste e cansado. Velho. E tudo se torna mais claro e evidente porque a vida é mesmo assim.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Tive um coração. Perdi-o. Por entre os dedos como se de cinzas se tratasse. Embora no peito ainda me tenha ficado este jeito de te querer tanto, foram-se os momentos. Ficaram as palavras. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Quem nasce malfadado melhor fado não terá mas, na verdade, ninguém sabe para o que nasce uma pessoa. </div><div align="justify">Nasce. Vive. Morre. </div><div align="justify">É simples. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Chorarei meu triste fado até estar exausto. E quando encontrar o meu coração perdido e ele não souber para onde for, peço-lhe que deixe de bater porque eu... eu não vou acompanhá-lo. </div><div align="justify">Nunca mais.</div><div align="justify"> </div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-55714980235632197302009-05-25T11:05:00.000-07:002009-05-25T11:57:53.879-07:00Mulher Da Vida<div align="justify">Gostava de saber por onde andas tu agora.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Conheci-te tinhas acabado de fazer os vinte anos. Estavas na flor da juventude, tão jovem, tão bela, tão dona de si mesmo que eu acabei por me prender a ti como se fosse a raiz de uma arvore que se agarra à terra. Por pouco não destruiste a minha vida. Quase que me afundaste no mar das incertezas com esse teu olhar fugoso que me fulminava o corpo. E eu, ardia. Ardia por dentro; e quanto mais ardia, mais queria arder. Estava como que enfeitiçado, fora de mim. Tu pussuias o dom de me revitalizar e parecer jovem, parecer ainda belo para os meus quarenta e sete anos de idade. Ainda hoje é um escandalo esta diferença de idades. Tu tens 25. Eu tenho 52. E continuo a desejar-te da mesma maneira, com o mesmo fulgor. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Não sei se ainda és uma prostituta. No meu intimo assim o desejo porque só assim me podes querer. De outra forma eu serei igual aos outros homens que não são teus clientes logo, insignificantes, e tu podes continuar a fingir que também me queres com a mesma intensidade. Se queres saber, ainda continuo casado com a mesma mulher que amo à 30 anos. No início, julguei que fosse uma crise de meia idade esta ânsia de procurar algo refrescante e jovial. Pensei que tinha que provar que era capaz de resistir ás intemperis das hormonas masculinas que, com a idade, se vão revelando cada vez mais escassas. A verdade é que ainda estou louco para te voltar a ver, embora cada dia que passa o Outono se torna mais revelante na minha calvice, nas minhas mão duridas, nas minhas rugas vividas. Mas é assim a lei da vida.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Passo todas as quartas-feiras, à mesma hora, no lugar onde me esperavas. Eu, dentro do carro, aguardava que tu, timidamente, entrasses e levava-te até um qualquer motel decante de Lisboa. Não me importava os sitios onde faziamos sexo. Não me importavam os preliminares, nem mesmo o acto sexual em si. O que eu mais gostava, o que eu tenho mesmo saudades, são dos momentos em que, embriagado na sede de te ter, atingia o extâse máximo do prazer, e no teu corpo jorrava um rio imenso de sémen como se tu fosses o caudal de um rio onde a água desagua e depois repousa. Eu, cansado e extasiado, adormecia sobre o teu corpo, o teu suor unia-se ao meu e deixava-me ali ficar, na tentativa de me manter são e de pertencer a outro jogo que não o da nua e crua realidade. Quando saía de perto de ti, tinha pena de te deixar, de não poder fugir contigo e tinha ciúmes... ciúmes de te entregar a outro desconhecido para uma outra viagem no escuro. Por outro lado, quando chegava a casa, tinha a certeza que ali era o meu lugar. Todas as quartas-feiras eu era o empreiteiro da minha vida que abria uma frecha no vazio, gozava as formas que lhe dava e, depois, como se de cimento se tratasse, voltava a fecha-la, para que não saisse magoado. A minha mulher lá estava à minha espera, como sempre. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Gostava de saber por onde andas e iria gostar de saber que estás feliz. Eu estou, à minha maneira. A felicidade oferece-se nos prazeres que nos são mais intímos, mais secretos. Eu tive a minha dose mas gostava de mais. Sinto a tua falta. </div><div align="justify">És uma mulher da vida. Sempre o foste e sempre o serás.</div><div align="justify">Pelo menos para mim.</div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-82553545623931922262009-05-20T11:59:00.000-07:002009-05-22T10:25:21.261-07:00O Encontro (segundo uma história muito provável)O telefone tocou e ele apressou-se a responder.<br /><br />Do lado de lá da linha ela, sempre muito selecta nas palavras que dizia, combinou com ele ás sete e meia em ponto, na rotunda do Marquês de Pombal, e pediu para ele não se atrasar.<br /><br />Ele desligou e rápidamente abriu o guarda fato para trocar de roupa. Qualquer coisa de casual, cumum, que o fizesse parecer um homem como tantos outros.<br /><br />Ela pôs-se frente ao espelho, pegou no batôn vermelho sangue que estava em cima do armário e untou os lábios frescos com uma cor viva, quase berrante.<br /><br />Ele saiu de casa e quase se esqueceu do relógio que estava em cima do micro-ondas. Pegou nos óculos de sol e ajeitou o colarinho da camisa de modo a tapar os pêlos do peito que ele odiava.<br /><br />Ela vestiu um vestido preto, comprido, e pensou: "Com um vestido preto, eu nunca me comprometo". Depois esboçou um sorriso na cara fina e delicada, fechou a porta sem trancar a fechadura e desceu as escadas.<br /><br />Primeiro, ele pensou em ir de carro. Mas entretanto, acabou por apanhar o metro. Eram só quatro estações.<br /><br />Ela subiu a avenida e foi a pé.<br /><br />Ele chegou eram sete e vinte seis. Estava ansioso. Nunca a tinha visto. Isto da Internet tem muito que se lhe diga. E se ela não era como lhe dissera. Se não fosse como ele a imaginasse?<br /><br />Ela, enquanto calmamente subia a avenida, pensou que, se calhar, ele não era tão inteligente quanto parecia, tão bonito como dava a entender, se calhar passa por ele, e ele, desapontado, finge que nem a reconhece. Mas que importa? A adrenalina está no desconhecido e depois, muito secretamente, no improvável.<br /><br />Sete e trinta e três. Ele começou a achar que ela não aparecia.<br /><br />Ela chegou eram sete e trinta e oito minutos.<br /><br />E, de repente...<br />Olharam-se.<br />Sorriram.<br />Perceberam quem era um e quem era o outro.<br /><br />Ele aproximou-se dela.<br /><br />Ela disse-lhe o nome e deu-lhe um beijo na face.<br /><br />Ele perguntou:<br /><br />- E então? Onde vamos jantar?RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4866870329936240295.post-21707244844602934172009-05-20T11:28:00.000-07:002009-05-20T11:53:58.209-07:00Esta Noite Vôo Para Junto De Ti<div align="justify">Esta noite vôo para junto de ti. </div><div align="justify">Apetece-me estar nos teus braços enquanto um Jobim toca no gira-discos. Quero estar contigo porque me apetece e porque é necessário. Extremamente necessário. Vou voar para junto de ti para sentir o teu corpo contra o meu e poder sentir o toque vibrante da tua pele rompendo contra a minha. Tu és assim e sempre serás: uma rebelde constante. E eu... eu gosto dessa tua rebeldia porque muito fácilmente me torno uma presa. Abrigo-me no teu porto e, de repente, as tuas garras fincam a minha carne e deixo-me levar.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Esta noite vôo para junto de ti.</div><div align="justify">Vou por entre a noite, rasgando o céu e com a certeza de que me vais aceitar porque eu sofro por ti, eu quebro-me por ti, eu morro por ti. E tu... tu sabes isso. Se eu te contar as vezes que ando por Lisboa, à solta, sem rumo, nem vais acreditar. Penso no que fomos, no que somos e naquilo em que nos vamos tornar e a única certeza a que chego é que eu não quero ser esse mendigo da solidão. No entanto, corro para ti com o intuito de alimentar a minha cega esperança. Chego á conclusão que não são as tuas unhas afiadas que me magoam. Aquilo que me fere é muito maior que isso. É o teu desdém. </div><div align="justify">E ainda assim vôo para ti todas as noites.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Esta noite vôo para junto de ti apesar de não ser o Jobim que vai tocar no gira discos. Isso eu sei. E põe-me triste. Pensares que estás viva, sozinha e feliz. Não te enganes. Esta noite vou para perto de ti para te dizer a cruel verdade sobre as coisas do coração. Sobre aquilo a que os outros chamam de amor. </div><div align="justify">Sei que vou encontrar outro albúm no teu gira discos e mesmo assim estarei contigo. Sei que vou atrás de ti, tu atrás de outro e esse outro atrás de alguém. E ainda assim estarei contigo. Sei que não são os meus problemas que desta vez vais querer fazer parte e ainda assim, hipotéticamente ou não, estarei contigo.</div><div align="justify">Porque eu, meu grande amor, sou a única pessoa com quem podes contar.</div>RFhttp://www.blogger.com/profile/17571787237596171085noreply@blogger.com0