quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esta Noite Vôo Para Junto De Ti

Esta noite vôo para junto de ti.
Apetece-me estar nos teus braços enquanto um Jobim toca no gira-discos. Quero estar contigo porque me apetece e porque é necessário. Extremamente necessário. Vou voar para junto de ti para sentir o teu corpo contra o meu e poder sentir o toque vibrante da tua pele rompendo contra a minha. Tu és assim e sempre serás: uma rebelde constante. E eu... eu gosto dessa tua rebeldia porque muito fácilmente me torno uma presa. Abrigo-me no teu porto e, de repente, as tuas garras fincam a minha carne e deixo-me levar.
Esta noite vôo para junto de ti.
Vou por entre a noite, rasgando o céu e com a certeza de que me vais aceitar porque eu sofro por ti, eu quebro-me por ti, eu morro por ti. E tu... tu sabes isso. Se eu te contar as vezes que ando por Lisboa, à solta, sem rumo, nem vais acreditar. Penso no que fomos, no que somos e naquilo em que nos vamos tornar e a única certeza a que chego é que eu não quero ser esse mendigo da solidão. No entanto, corro para ti com o intuito de alimentar a minha cega esperança. Chego á conclusão que não são as tuas unhas afiadas que me magoam. Aquilo que me fere é muito maior que isso. É o teu desdém.
E ainda assim vôo para ti todas as noites.
Esta noite vôo para junto de ti apesar de não ser o Jobim que vai tocar no gira discos. Isso eu sei. E põe-me triste. Pensares que estás viva, sozinha e feliz. Não te enganes. Esta noite vou para perto de ti para te dizer a cruel verdade sobre as coisas do coração. Sobre aquilo a que os outros chamam de amor.
Sei que vou encontrar outro albúm no teu gira discos e mesmo assim estarei contigo. Sei que vou atrás de ti, tu atrás de outro e esse outro atrás de alguém. E ainda assim estarei contigo. Sei que não são os meus problemas que desta vez vais querer fazer parte e ainda assim, hipotéticamente ou não, estarei contigo.
Porque eu, meu grande amor, sou a única pessoa com quem podes contar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário