terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A Coragem Dos Fracos

Gostava de repartir contigo esta dor que sinto cá dentro. Esta dor que não mata mas que se sente. Gostava que soubesses deste vácuo, deste vazio, desta montanha de solidão. Se eu te pudesse mostrar saberias dar-me a mão e amar-me. Saberias que somos muito mais do que que aquilo que julgamos quando o amor nos consome a vida.

A dor é universal, assim como é o amor. Juraremos em sangue os nossos anseios e vamos tentar ter a certeza de que esta dor vai acabar porque eu não quero viver assim. E, sobretudo, porque tenho acerteza de que não é assim que quero morrer.

Tu estás em toda a parte e em toda a parte te encontro e é por isso, somente, que quero partilhar estas mágoas.As lágrimas são secas e impuras, livres de qualquer culpa vã. Eu sou eu, mais ninguém e tudo está ao meu alcance. Incansávelmente. Partilhar contigo a mesma pele, a mesma boca,a mesma saliva. Cruzar os meus olhos nos teus, entrar em ti, escorrer em ti como água.E tu, roubares os meus sonhos, embalares-me nos teus braços, e chamares o meu nome, baixinho... baixinho.

A música da vida é triste mas eu gosto. Arrepio-me.A beleza é tamanha e mal consigo respirar. É então que a nostalgia me invade e me diz para ser triste. Que de triste não vou passar. E ponho em dúvida se realmente alguma vez existi ou se fui invisivel. Talvez seja transparente, não sei...

Gostava de repartir contigo esta dor que sinto cá dentro. Bem no centro do coração. Gostava que pudesses senti-la tanto quanto eu porque não quero estar sozinho nesta viagem. Não quero amanhecer nesta corrida contra o tempo e saber amanha que já estou velho. Que faria eu se o fosse? Talvez o único caminho para a redenção seja a morte. Ás vezes penso, ás vezes falto, ás vezes falho. A coragem dos fracos. A fraqueza.

Quero repartir contigo esta dor.

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